





Aguinaldo Silva chega aos 82 anos neste sábado (7) com uma trajetória que mistura brilhantismo na teledramaturgia e declarações que dividem opiniões. Criador de sucessos como "Tieta", "Senhora do Destino" e "Vale Tudo", o autor volta ao horário nobre da TV Globo com "Três Graças", novela prevista para estrear em outubro. Mas, se suas tramas são memoráveis, suas postagens nas redes sociais são, muitas vezes, alvo de controvérsia... e não por acaso. 735t5y
Aguinaldo construiu uma persona pública nas redes baseada em franqueza e provocação. Ao longo dos anos, usou o X (antigo Twitter) como palco para opinar sobre política, sexualidade, colegas de profissão e até personagens de outras novelas. Sempre com um tom mordaz que, não raro, descamba para discursos que muitos consideram ofensivos, preconceituosos ou, no mínimo, irresponsáveis.
Uma das polêmicas mais lembradas envolvendo o autor aconteceu quando ele resolveu ironizar o crescimento da visibilidade de pessoas trans nas novelas e na sociedade. Em uma tentativa de humor ácido — que falhou, segundo o próprio — Aguinaldo disparou: “Desde que os transexuais viraram moda, as bichinhas quaquás aram a ser criaturas inferiores, sem graça, sem charme. Ser transexual é fácil, todo mundo acha lindo. Mas ser veado continua a ser uma das maiores aventuras do homem, tipo a escalada do Everest”.
A reação foi imediata: críticas choveram de todos os lados, inclusive da comunidade LGBTQIA+ que, até então, via em Silva um aliado histórico. Diante da repercussão negativa, o autor apagou o post e se desculpou: “Tentei fazer humor e exagerei na dose”. O problema é que a fala, ainda que retirada, já estava posta.
No auge do sucesso de "A Força do Querer" (2017), Aguinaldo voltou a causar, dessa vez mirando diretamente em uma colega de emissora. Em referência ao personagem Ivan (Carol Duarte), um homem trans cuja jornada de autoconhecimento e aceitação emocionou o público, ele publicou: “Vamos virar a página dos transexuais coitadinhos? Estou louco para ver uma trans que seja poderosa e apronte pra caramba”.
A frase, travestida de crítica construtiva, foi lida por muitos como uma tentativa de deslegitimar a trama sensível e realista de Glória Perez. A resposta veio de internautas: “Desserviço à população um autor ‘respeitado’ criticando outra autora fazendo sucesso. Ela tá ajudando muitas pessoas e você só destilando ódio”.
Ainda assim, Aguinaldo tentou amenizar: “Adoro 'A Força do Quere'r e não perco um capítulo”. Mas o estrago estava feito (de novo)!
Em 2018, foi a vez de Aguinaldo mirar no atual presidente do país, Luiz Inácio Lula da Silva. No Dia do Leitor, o autor ironizou o petista com uma pergunta carregada de julgamento: “Será que Lula já leu um livro?”.
O que poderia ser só uma provocação política escalou rapidamente. Respondendo a um internauta, ele foi além: “Um cara é sempre um cara, analfabeto ou não. É uma pessoa. Mas um cara analfabeto não é a pessoa mais habilitada para se tornar o Presidente de um país complexo como é o Brasil. Reconhecer este fato é ser lúcido, não é ser preconceituoso”.
Não demorou para que os usuários da plataforma se revoltassem novamente, chamando-o de elitista e hipócrita. "Homossexual, nordestino e de origem pobre com um olhar tão pequeno para alguém grandioso como Lula. Envergonhada", reagiu um perfil na plataforma. Eita!