





Como um condicionador é feito? Se você é apaixonado por beleza, talvez já tenha se feito essa pergunta e eu descobri na prática - e em um laboratório de verdade.
Para início de conversa, é preciso ter em mente que o condicionador precisa hidratar, desembaraçar e suavizar os cabelos após a lavagem com shampoo. E, por isso, sua composição combina água, agentes condicionantes, espessantes e emulsionantes (que permitam a criação da textura do produto), acidificantes, conservantes, além de uma fragrância, entre outros ativos.
O agente acidificante mais usado é o ácido cítrico. "Ele é uma molécula muito pequena, o que a gente chama de baixo peso molecular e, por isso, tem uma facilidade de entrar no córtex e restaurar as ligações que foram rompidas durante vários procedimentos", explica o farmacêutico Andre Luiz de Matos, especialista em Produto & Desenvolvimento da Eudora.
Foi à convite da marca, inclusive, que eu descobri esses detalhes, durante uma visita guiada à fábrica de Eudora Siàge, para conhecer mais detalhes da linha Nutri Acid.Complex, que combina o ácido cítrico ao ácido lático e ao ácido itacônico.
“Os ácidos presentes na fórmula permitem uma penetração profunda até o córtex capilar. E, mais do que atingir essa camada interna, eles possuem alta afinidade com a estrutura do fio, promovendo uma nutrição de dentro para fora. O resultado vai além dos efeitos superficiais: é uma transformação real e duradoura da fibra capilar”, complementa Poppy Fischer, Diretora de Categoria da marca.
Normalmente usados no skincare, esses três ácidos vão ser cada vez mais vistos nos produtos de cabelo. Trata-se da tendência de Skinification, que busca valorizar e entender em detalhes os cuidados necessários com os fios, tal como o da saúde da pele. "O ácido cítrico e o ácido itacônico agem de maneira muito sinérgica, podemos dizer que eles têm funções complementares, ajudam a fortalecer o fio e melhorar a elasticidade da fibra capilar", indica o farmacêutico.
"O nosso cabelo, naturalmente, é carregado negativamente, vamos dizer assim. O ph fisiológico dele é ligeiramente ácido: a queratina tem algumas ligações, chamadas ligações de sulfeto e tem alguns grupamentos químicos chamados de ácidos carboxílicos. Essa combinação de cargas promove o selamento da cutícula, assim, você consegue manter o tratamento dentro da fibra capilar intacto", detalha o expert de Eudora.
Agora talvez você esteja se perguntando: então ao invés de usar óleos, preciso usar ácidos? Não, eles tem ação complementar. "Enquanto os óleos repõem nutrientes, criam uma barreira contra o ressecamento e deixam os fios mais brilhantes e macios, os ácidos cumprem funções específicas: o itacônico reconstrói as pontes capilares, o cítrico penetra no córtex e regenera o fio a nível molecular, e o lático regula o pH e sela o tratamento nutritivo”, finaliza Fischer.
Ficou curiosa com esses detalhes? Na galeria da matéria, reuni as fotos dos bastidores da criação do shampoo e, no vídeo abaixo, mostro mais dos bastidores!