





Fernando Collor de Mello ficou em segundo plano ao descer a rampa do Palácio do Planalto, em Brasília, em agosto de 1991. Preso desde o final da semana ada em desdobramento da Operação Lava-Jato e acusado de "rituais" contra Silvio Santos (1930-2024), o então presidente estava acompanhado da atriz mexicana Gabriela Rivero, responsável por um tumulto. 40j4e
Na época, a artista estava no ar como a professora Helena na novela fenômeno "Carrossel" no SBT há cerca de três meses e provocou um "caos" na capital federal. "Fãs tomam de assalto o gabinete de Collor e pedem autógrafos à atriz", exagerou a "Folha de S.Paulo" no dia 17 daquele mês.
Cerca de 700 crianças foram credenciadas para o evento, porém outras 2.000 foram à Praça dos Três Poderes para ver a professorinha. "Collor e Gabriela tiveram de subir novamente a rampa, seguidos pelo tumulto de pequenos fãs que invadiram o palácio", relatou a publicação, citando ainda choro da mexicana e dos fãs-mirins.
Os menores foram divididos em grupos de dez, que entravam no gabinete de Collor para pegarem autógrafos da professora Helena. Assim como havia ocorrido em 1988 na gravação do especial de dois anos do "Xou da Xuxa", no Rio, houve imprevistos.
Uma criança de 11 anos relatou queda e ter se pedido da irmã no momento do tumulto. "Furei o segurança e entrei no gabinete", festejou um garoto de 10 anos.
O "Jornal do Brasil" relatou que salas e corredores do Palácio foram invadidos por mais de 2.000 crianças, exigindo uma mudança de Collor - que dali a dois anos iria à Justiça para impedir exibição de novela sátira de sua vida - e no horário de trabalho de servidores.
"Ele teve de terminar seus despachos acompanhado de um punhado de meninos e meninas gritando e chorando no seu ouvido. O expediente terminou mais cedo porque os funcionários perderam as salas e outros estavam acompanhando os filhos no evento". E não foi só isso: fãs-mirins subiram no carro oficial para se aproximarem da professora Helena.
Diante da confusão na porta de seu gabinete, onde estavam várias crianças, Collor exigiu várias vezes a um segurança: "Abre tudo agora. Não discute, abre tudo". "A sala de xerox ou a ser usada para distribuir cópias de uma fotografia da professorinha e foi montado um serviço de atendimento a crianças perdidas, que atendeu pelo menos dez meninos e meninas que correram atrás da professorinha e esqueceram os pais", contou o "JB".