





MC Poze do Rodo viveu um momento de forte emoção ao reencontrar os filhos após quatro dias preso no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, Zona Oeste do Rio. O artista, que responde pelo nome civil Marlon Brendon Coelho Couto, foi solto na noite de segunda-feira (2), após uma decisão da Justiça revogar sua prisão. 2r4c4i
Em um vídeo amplamente compartilhado nas redes sociais, o funkeiro aparece abraçando os filhos Júlia, Miguel e Laura, do casamento com Viviane Noronha, cercado por familiares, amigos e fãs que comemoravam com gritos, aplausos e lágrimas a volta para casa do cantor. O momento foi marcado por forte comoção, depois de dias de vigília e tensão na porta do presídio Bangu 3, onde o artista estava detido.
Na web, internautas reagiram emocionados ao momento. "Ai, fiquei arrepiada! Esse é o abraço mais importante para eles. Um pai e seus filhos, independente de qualquer coisa", escreveu um perfil no X, antigo Twitter. "Só os sem coração falando m*rda. Para os filhos, não existe crime. Esse vídeo fez o meu dia, juro", reagiu outra pessoa.
O artista também é pai de Jade, com Isabelly Pereira, e Manu, com Myllena Rocha.
A decisão que colocou MC Poze em liberdade foi assinada pelo desembargador Peterson Barroso Simão, da Segunda Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio. Ele entendeu que a prisão temporária não era imprescindível para o andamento da investigação e fez críticas à forma como a operação foi conduzida, mencionando o uso de algemas e a exposição midiática do artista.
A liberdade, no entanto, veio acompanhada de medidas cautelares. Poze terá que comparecer mensalmente à Justiça, não poderá sair da comarca sem autorização prévia, deverá manter distância de outros investigados ou membros do Comando Vermelho, entregar seu aporte e manter seus dados atualizados.
MC Poze foi preso na última quinta-feira (29) por agentes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), em sua residência no Recreio dos Bandeirantes. A prisão ocorreu sete meses após uma operação que já havia apreendido joias de ouro pertencentes ao cantor.
A Polícia Civil sustenta que o artista teria ligações com o tráfico de drogas e que suas músicas fariam apologia ao crime, além de promoverem o uso de armas e o confronto entre facções. O relatório também aponta que os shows do funkeiro ocorrem frequentemente em áreas dominadas pelo Comando Vermelho, onde traficantes armados fariam a segurança dos eventos.
A investigação inclui ainda a suspeita de que os bailes funk promovidos por Poze serviriam como meio de financiamento do tráfico, com os lucros revertidos para a compra de drogas e armamentos.
A defesa do artista nega qualquer vínculo com o tráfico e denuncia a criminalização seletiva do funk. Segundo o advogado Fernando Henrique Cardoso Neves, a prisão foi injusta e parte de uma perseguição aos artistas das periferias.
“É uma decisão serena que restabelece a liberdade e dá espaço à única presunção existente no direito: a de inocência”, declarou o advogado, que também criticou a forma como Poze foi exposto.
Neves ainda explicou que a autodeclaração de pertencimento ao Comando Vermelho feita por Poze no sistema prisional foi apenas um procedimento de segurança, e não tem valor como confissão judicial.