





Aos 62 anos, Debora Bloch tem uma carreira extensa na TV, cinema e teatro. Na Globo, a atriz fez diversas novelas, mas ganhou destaque na comédia, com produções como 'Armação Ilimitada', 'TV Pirata' e ‘A Comédia da Vida Privada', por exemplo. 2d4l40
Em 2012, ela viveu a oerua Verônica de 'Avenida Brasil, que disputava o amor de Cadinho (Alexandre Borges) com mais duas mulheres. Dez anos depois, interpretou a vilã Deodora Montijo em 'Mar do Sertão', O papel deu tão certo que ela a repetiu em 'No Rancho Fundo', em 2024. Atualmente, ela vive a icônica vilã Odete Roitman no remake de 'Vale Tudo'.
O papel destinado à Fernanda Torres - que rejeitou para se dedicar às premiações com o longa 'Ainda Estou Aqui'-, caiu nas mãos da filha de Jonas Bloch, que têm abraçado com veemência a responsabilidade de assumir o trabalho inesquecível de Beatriz Segall, em 1988.
No entanto, nenhum desses clássicos trabalhos é o maior desafio na vida da atriz, que mora na zona sul do Rio de Janeiro. Para ela, o papel transformador foi da professora Lúcia, na série 'Segunda Chamada'.
"Esse trabalho mexeu muito comigo. Foi um mergulho profundo na vida dessas professoras de estudos para adultos na periferia, os EJAS [Educação de Jovens e Adultos], em lugares muito precários, desde as instalações das escolas até a vida dos ainos" contou ela para o videocast Conversa Vai, Conversa Vem, do jornal O Globo.
"As professoras têm uma jornada de trabalho enorme, trabalham de dia numa escola e à noite vão dar aula para esses adultos. O comprometimento delas é uma coisa linda, irável. O pouco que ganham... Ao mesmo tempo, essa segunda chance das pessoas que já vêm de uma precariedade do país, que não tiveram a chance de estudar na idade que deveriam estar na escola", analisou.
"Gravamos durante cinco meses em comunidades, ocupações, onde as pessoas vivem de forma cruel. A segunda temporada foi com pessoas em situação de rua. Gravamos embaixo de um viaduto em São Paulo. Fizemos um mergulho profundo com as pessoas da cracolândia que se recuperaram ou estavam em recuperação", recordou.
As duras gravações fizeram a veterana refletir sobre o dia a dia do brasileiro. "Entrar em contato com isso no cotidiano foi transformador para mim. E muito duro. Porque eu ava o dia com as pessoas naquela realidade e depois voltava pra minha casa, deitava na minha cama, limpa, né. E eles continuavam debaixo do viaduto."