





Eles aparecem lado a lado em uma foto rara, ainda adolescentes, de uniforme, muito antes da fama. Um se tornaria o rosto de um dos maiores reality shows da TV brasileira. O outro, um ícone do rock nacional, com versos cortantes que definiram toda uma geração. Será que você consegue adivinhar quem são esses dois nomes que, antes de ganharem o país, dividiam a mesma carteira de sala de aula?
A história é real e começa no colégio Santo Inácio, tradicional instituição da elite carioca, frequentada por filhos de intelectuais, políticos e artistas em Botafogo. Foi lá que dois mundos que mais tarde mudariam a forma de fazer televisão e música no Brasil se cruzaram, entre provas de matemática e recreios no pátio. Babado, minha gente!
Na juventude, ele era mais tímido, mas já demonstrava inquietação com o mundo. Curioso, observador, articulado. Seu caminho o levou ao jornalismo, onde rapidamente se destacou por unir sofisticação intelectual com linguagem ível. ou pelo impresso, mas foi na TV que encontrou sua grande vitrine.
Durante mais de uma década, comandou o programa dominical mais respeitado da televisão brasileira, transformando o "Fantástico" em um palco de crônicas reflexivas, entrevistas marcantes e tiradas que ecoavam na internet. Mas foi ao assumir o comando do "Big Brother Brasil" que ele virou também fenômeno pop. Suas eliminações se tornaram eventos à parte, com textos que misturavam jornalismo literário e análise social, tudo embalado por uma retórica envolvente.
Versátil, já escreveu livros, apresentou debates políticos e hoje se firma como uma das vozes mais sólidas da imprensa brasileira.
Do outro lado da foto, o adolescente inquieto, provocador, de riso debochado e olhar intenso também deixaria sua marca, mas através da música. Filho de uma das figuras mais influentes da cultura brasileira, ele cresceu cercado por arte e contestação. E foi exatamente isso que entregou ao país.
Nos anos 80, se tornou a alma da banda Barão Vermelho, dando voz a uma juventude inconformada, com letras sobre amor, dor, vício, liberdade e urgência. Depois, em carreira solo, compôs hinos como "O Tempo Não Para", "Brasil", "Ideologia", que desafiaram o conservadorismo e ecoam até hoje.
Assumidamente bissexual, soropositivo e corajoso, enfrentou o preconceito com a mesma contundência que colocava nos palcos. Morreu cedo, mas segue imortal. Seus versos são citados, tatuados, cantados e ensinados. Seu nome virou sinônimo de ousadia artística e autenticidade sem filtros.
Sim, eles são Pedro Bial e Cazuza. A foto, feita no colégio Santo Inácio, é um registro histórico de uma amizade breve, mas cheia de significado. Em 2014, Pedro falou sobre a relação para Angélica no "Estrelas". "Fomos parceiros no jardim de infância, primário e ginásio. E também matamos aulas juntos (risos). Ele era muito inteligente e nós competíamos sobre quem lia o livro mais proibido. Eu era mais de escrever poesias apaixonadas para a professora. Já ele desenhava muito bem", disse.
E aí… reconheceu?


