





O julgamento de Sean "Diddy" Combs, de 55 anos, acusado de crimes graves como tráfico sexual, extorsão e transporte para fins de prostituição, teve um impacto emocional evidente não apenas nas vítimas e no público, mas também em sua própria família. Durante os primeiros dias de audiências, as três filhas do rapper, Chance (19), D'Lila (18) e Jessie (18), deixaram o tribunal ao menos duas vezes diante do conteúdo gráfico e perturbador apresentado no caso. 5n175a
Segundo a revista VEJA e o portal E! Online, as filhas de Diddy se ausentaram do tribunal durante trechos particularmente explícitos do testemunho do dançarino Daniel Phillip, que relatou ter sido contratado pelo rapper para manter relações sexuais com Cassie Ventura, ex-namorada de Combs. Em uma dessas ocasiões, Phillip descreveu Combs se masturbando enquanto assistia ao ato, cena que motivou a saída das jovens.
Outro momento de grande impacto foi a exibição de um vídeo de 2016 onde Diddy aparece agredindo Cassie em um corredor de hotel na Califórnia. De acordo com a revista People, as filhas e a mãe do rapper permaneceram na sala, mas evitaram olhar para a tela, encarando para frente enquanto os filhos homens acompanharam as imagens.
Cassie Ventura, hoje com 38 anos e grávida de seu terceiro filho com o atual marido, foi a testemunha mais aguardada no julgamento. Em seu depoimento no dia 13 de maio, a cantora revelou uma rotina de violência física, sexual e psicológica durante o relacionamento de dez anos com Combs, iniciado quando ela tinha pouco mais de 20 anos.
“Ele bateu com força na minha cabeça, me arrastou pelo chão, me chutou, pisou na minha cabeça”, relatou Cassie ao tribunal. Ela também contou sobre os chamados “freak-offs”, orgias organizadas por Diddy, frequentemente sob o uso de álcool e drogas, que duravam até quatro dias. “Minha vida era participar dos freak-offs, me recuperar dos freak-offs, ser abusada ou tentar evitar os abusos”, descreveu.
De acordo com Cassie, ela era coagida a participar dessas situações e temia a reação do rapper. “Chegou a um ponto em que eu não sentia que tinha muita escolha”, disse. Além disso, mencionou que vídeos íntimos eram gravados sem seu consentimento e usados como ameaça à sua carreira.
O depoimento de Daniel Phillip, também destaque nos veículos VEJA e NBC News, reforça o padrão de controle e coação descrito por Cassie. Segundo ele, por volta de 2012 ou 2013, recebeu “alguns milhares de dólares” para fazer sexo com Ventura, com Combs observando. Em uma ocasião, a cantora teria pedido a Phillip que urinasse sobre ela, enquanto Diddy se masturbava no canto do quarto.
Esses episódios foram descritos como parte de uma dinâmica frequente que envolvia abuso de poder, dependência química e intimidação. As denúncias ganharam força após a divulgação, pela CNN, do vídeo da agressão em 2016, o que motivou a retomada de investigações mesmo após um acordo de 30 milhões de dólares fechado em novembro de 2023 entre Cassie e o rapper.
Preso desde setembro de 2024 no Metropolitan Detention Center, em Nova York, P. Diddy responde a cinco acusações, incluindo formação de quadrilha, tráfico sexual e transporte para fins de prostituição. Segundo o Estadão, se condenado, o magnata do hip hop poderá cumprir pena de prisão perpétua.
Enquanto o rapper nega todas as acusações, as declarações de Cassie e as evidências exibidas em tribunal já colocaram o caso no centro do debate público sobre violência sexual, abuso de poder e impunidade na indústria do entretenimento. O julgamento segue em andamento com novos depoimentos esperados nos próximos dias.