





Após cinco dias detido por suspeita de apologia ao crime e possível vínculo com o Comando Vermelho, MC Poze do Rodo, de 26 anos, voltou a usar as redes sociais para comemorar um novo desdobramento do caso: a devolução de suas joias, avaliadas em mais de R$ 3 milhões, pela Polícia Civil do Rio de Janeiro.
A liberação dos bens ocorreu na tarde desta segunda-feira (9), e o funkeiro não perdeu tempo em agradecer aos seguidores e celebrar a recuperação de seus itens de luxo, incluindo um cordão com 18 quilates, cravejado de diamantes e com inscrições religiosas e pessoais, peça que ele usou durante sua apresentação no Rock in Rio 2024.
“Acabou de chegar os ouros de papai. Rapaziada, dessa vez veio tudo certinho, faltando nada. Agradecer todo mundo aí que mandou meus negócios, meus ouros sem faltar nada dessa vez. Muito obrigado, tá?”, afirmou o artista em vídeo publicado nos stories do Instagram.
MC Poze foi preso no dia 29 de maio em sua residência, em uma operação da Polícia Civil que também apreendeu diversos pertences, incluindo celulares, tablets e computadores da família. Ele foi algemado e levado para o Complexo de Gericinó, em Bangu, Zona Oeste do Rio, onde permaneceu por cinco dias.
Segundo a polícia, Poze é investigado por apologia ao crime e possível envolvimento com o Comando Vermelho, facção criminosa que, de acordo com as investigações, garantiria a segurança de seus shows em comunidades dominadas pela organização. Os eventos, segundo o inquérito, seriam realizados com a presença ostensiva de homens armados com fuzis.
A soltura do funkeiro foi determinada pelo desembargador Peterson Barroso, da Segunda Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. O magistrado entendeu que a prisão temporária de 30 dias era desproporcional, optando por medidas cautelares.
A defesa do artista argumentou que a prisão violava sua liberdade de expressão, uma vez que suas músicas retratam a realidade das favelas e comunidades marginalizadas e não constituiriam apologia direta ao crime.
Desde que foi solto, MC Poze tem usado suas redes sociais para pedir respeito e compreensão, reafirmando que tudo o que conquistou veio do seu trabalho. As joias, segundo ele, são fruto legítimo do seu sucesso na música.
“Tudo no seu devido lugar: o que é meu é meu e o que é seu é seu. Agora, tomara que papai do céu nos permita tocar no coração das pessoas lá e me deixar viver em paz com meus ouros. Não é esperar um ou dois meses e levar tudo de novo. Deixa papai em paz, mano. Papai não faz nada de mal, não, mano. Papai só quer viver em paz”, desabafou.
Embora tenha feito um apelo por trégua, o cantor também demonstrou firmeza ao afirmar que não aceitará abusos contra sua privacidade: “Castelo criado, família linda, tenho meus pertences que é o que eu amo: ouro e tenho meus carros. Deixa eu viver, mano. Eu não entro no caminho de ninguém. Agora, se pisar no meu quadrado, eu vou ter que ‘pa’. Eu não vou recuar com todo respeito. Peço que me deixem em paz, eu mereço".
Apesar da devolução das joias, Poze ainda aguarda que a polícia libere os eletrônicos apreendidos, que, segundo ele, fazem falta para o funcionamento da casa e sua rotina pessoal. “Os ouros chegaram e só faltam os celulares que estão lá. São muitos e tô cansado de comprar novo. Tem que pegar pra perícia? Ok, mas devolve… Com todo respeito, só falta devolver o resto das paradas que são os celulares, os tablets e meus computadores pra jogar meu CS”, ironizou, referindo-se ao jogo Counter-Strike.